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Doença é principal causa de subnutrição no Ocidente 

Entendimento entre médicos é urgente

A doença é a principal causa de subnutrição no Ocidente, constituindo um problema de saúde pública de grandes dimensões. No entanto, os profissionais de saúde não têm uma plataforma de entendimento relativamente aos aspectos relacionados com a definição e o reconhecimento da malnutrição
nos doentes. Esta é uma das conclusões apresentadas pelos especialistas presentes no ESPEN, o Congresso da Sociedade Europeia de Nutrição Entérica e Parentérica que recentemente teve lugar em Glasgow, na Escócia.

Num simpósio organizado por uma empresa especialista em nutrição clínica, os médicos alertaram para a "falta de consenso sobre o que é a malnutrição relacionada com doença", o que leva a que os especialistas considerem esta questão mergulhada no caos, situação que condiciona uma resolução correcta do problema.

A maioria das pessoas é, ao longo da sua vida, confrontada com a
necessidade de receber assistência médica, quer no ambulatório, quer no hospital. Infelizmente uma parte destes indivíduos verá a sua situação agravada em virtude da malnutrição. Estimativas do Royal College of Physician, do Reino Unido, apontam para que, no mundo desenvolvido, cerca de 40% do doentes admitidos no hospital e 10% dos doentes de ambulatório sofram de subnutrição.

No entanto, segundo Marinos Elia e Rebecca Stratton, do Instituto de Nutrição Humana da Universidade de Southampton, as situações de subnutrição causadas por algumas patologias não são necessariamente uma consequência inevitável. Estes investigadores analisaram centenas de estudos sobre
intervenção nutricional em doentes em diferentes instituições de saúde.

Para Stratton e Elia, o cálculo do limite para um estado crónico de
deficiência proteica , amplamente considerado como um índice de massa corporal inferior a 20, pode levara uma percepção aquém da situação real. No entanto, nesta base, cerca de 38% dos doentes dos hospitais gerais sofreriam de malnutrição relacionada com a sua doença.

Ao analisarem diferentes categorias de doentes, os investigadores
concluíram que sofrem deste problema 21% dos doentes sujeitos a cirurgias gerais, 36% dos idosos com diversas patologias, cerca de 30% de doentes com doença pulmonar crónica obstrutiva, 49% dos indivíduos que esperam por um transplante do pulmão, 13% dos doentes com HIV ou SIDA e cerca de 35% de doentes oncológicos.

Quanto a outros doentes, as percentagens de situações de subnutrição são:
- 7% dos doentes que aguardam por um transplante do fígado
- 50% daqueles que fracturaram a coluna vertebral ou o fémur
- 31% dos doentes que sofreram um acidente vascular cerebral
- 60% dos indivíduos com desordens neurológicas
- 33% dos doentes renais

Apesar destas estatísticas, a malnutrição no contexto da doença continua a não ser compreendida e tratada de forma correcta. Elia e Statton defendem que, com o tratamento adequado através de suplementos orais ou alimentação enteral, a condição de alguns doentes poderia ser substancialmente melhorada tanto no hospital como noutros serviços de saúde.

No entanto, é incorrecto ver a nutrição como solução de todos os problemas, defende Simon Allison, Presidente do ESPEN e professor de nutrição clínica na Universidade de Nottingham, "uma vez que é necessário ter em conta um vasto conjunto de factores que influenciam a condição do doente."

Marinos Elia e Rebecca Stratton, em colaboração com Ceri Green, são autores do livro Disease-related malnutrition: an evidence-based approach to treatment, no qual defendem os benefícios para o doente de uma correcta identificação das situações de malnutrição e de uma pronta intervenção a este nível.

Em Portugal, a Associação de Nutrição Entérica e Parentérica (APNEP) apresentou recentemente um pedido de comparticipação para nutrição clínica no ambulatório ao Ministério da Saúde, com o objectivo de permitir aos doentes que recebem alta hospitalar manterem um apport nutricional correcto.

MNI-Médicos Na Internet

05 de Novembro de 2002
 Conteúdo ainda não aprovado pela SPCNA.
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