Home
Atualidades
SPCNA
Associados
Revista Alimentação Humana
Congresso SPCNA
Galeria
Legislação
Links
Agenda
SPCNA em notícia
Nutrição é notícia
Sugestões
Divulgações

Pesquisa
< Maio 2003
27
28 29 30
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
Oceanos estão a ficar sem população 

Apenas 10% dos grandes peixes sobrevivem

Desde o início da pesca industrial, na década de 50, cerca de 90 por cento da população de grandes peixes, como o peixe-espada, o tubarão e o bacalhau, tem vindo a desaparecer dos oceanos.

Estes dados, que fazem parte de um levantamento publicado na semana passada na revista «Nature» mostram que a procura levou apenas dez a 15 anos para subtrair o número de animais destas comunidades. « Do atum rabilho, às garoupas tropicais, passando pelo bacalhau da Antárctida, a pesca industrial limpou o oceano global», afirmou o biólogo Ransom Myers, da Universidade Dalhousie (Canadá), e principal autor do estudo. «Desde 1950, com o início da pesca industrializada, temos assistido a uma redução rápida da base do recurso para menos de 10 por cento _ não apenas em algumas áreas, não apenas por algumas gerações, mas em comunidades inteiras formadas por essas espécies, dos trópicos aos pólos.»

Os resultados não são animadores. Mas, apesar destes avisos, Boris Worm, que realizou o levantamento com Myers, afirmou à revista que o impacto da acção humana nos oceanos tem sido subestimado. «Essa é a mega-fauna, os grandes predadores do mar, e as espécies mais valiosas para nós. A sua redução não apenas ameaça o futuro desses peixes e dos pescadores que dependem deles, mas também pede uma completa reorganização dos ecossistemas marítimos, com consequências globais desconhecidas», explicou Worm.

A pesquisa durou dez anos entre reunião de material, construção de trajectórias de biomassa e composição de comunidades de peixes. Antes da publicação na «Nature», Myers e Worm apresentaram as suas descobertas aos principais cientistas da área. «Havia aceitação da diminuição geral das comunidades, mas houve controvérsia a respeito de espécies individuais, particularmente sobre o atum», acrescentou Myers.

De acordo com Jeremy Jackson, do Instituto Scripps de Oceanografia, a dúvida apareceu «porque esquecemos do que tínhamos». «Havia oceanos repletos de peixes heróicos, literalmente monstros do mar.»


Durante a última Reunião Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, os países participantes pediram à comunidade internacional o restabelecimento dos níveis populacionais de peixes de forma sustentável até 2015. Para os autores do estudo, alcançar esse objectivo requer medidas extremas. A diminuição da mortalidade pediria redução de cotas pesqueiras, corte de subsídios, investimento em tecnologia e criação de redes de reservas marinhas.

«Temos de entender o quão perto da extinção essas espécies estão realmente», afirmou Myers. «E devemos agir agora, antes de alcançarmos um ponto sem retorno. Se os níveis actuais de pesca persistirem, esses grandes peixes terão o mesmo destino dos dinossauros.»

Golfinhos em perigo


O baiji, golfinho raro encontrado apenas no rio Yangtze, na China, pode desaparecer em menos de dez anos, caso não sejam mudados os métodos de pesca na região. O alerta foi dado na semana passada pela IUCN (União Mundial para a Conservação da Natureza) durante a divulgação de um novo relatório sobre o estado dos cetáceos no mundo.

De acordo com levantamentos feitos em 1985 e 1986, a população do baiji Lipotes vexillifer era formada por 300 animais. Entre 1997 e 1999, um levantamento detalhado mostrou que o número real era de 21 ou 23 golfinhos. Agora, não mais do que dez vivem no rio.

Além do baiji, outras espécies de cetáceos, como o golfinho vaquita Phocoena sinus, que vive no golfo do México, o golfinho Hector Cephalorhynchus hectori, na Nova Zelândia, e baleias como a azul Balaenoptera musculus, estão ameaçadas.

Traduzido e adaptado por:

Paula Pedro Martins
MNI-Médicos Na Internet

19 de Maio de 2003
 Conteúdo ainda não aprovado pela SPCNA.
Voltar