A água para consumo humano distribuída pela rede pública em Portugal contém resíduos de antibióticos. Adriano Bordalo e Sá, especialista do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) em recursos hídricos, explica não ter conhecimento de qualquer tipo de controlo efectuado a esse nível no País. Nos locais onde a captação é efectuada em águas de superfície, o que acontece «um pouco por toda a zona Norte e Centro», o problema da contaminação por antibióticos é mais premente, «os tratamentos tradicionais poderão não estar a eliminar esses produtos», alerta o investigador.
Uma situação já detectada pelo projecto de investigação Poseidon financiado pela Comissão Europeia, a qual tem manifestado preocupação em relação a esta matéria e procurado investir na pesquisa. O mesmo não se pode dizer de Portugal, onde a questão nem sequer é considerada um problema.
As autoridades oficiais, defende Adriano Bordalo e Sá, ignoram a contaminação da água por antibióticos já que a legislação é omissa. E, por uma questão de «custos» e não pela inexistência de tecnologia (usada, por exemplo, no leite), não há qualquer medida neste sentido. O maior problema surge mesmo nos locais onde não há água canalizada, o que implica o recurso a poços. O que constitui, por exemplo, «uma tragédia no Grande Porto onde apenas 60 por cento da população é abrangida pela rede pública».
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