As autoridades australianas aprovaram pela primeira vez a sementeira de uma cultura alimentar geneticamente modificada, uma colza resistente aos herbicidas, anunciou hoje o organismo regulador da tecnologia genética no país.
Segundo este organismo, após vários meses de investigações e consultas públicas, não foram encontradas provas de que esta planta transgénica ameace a saúde pública ou o ambiente, referiu Sue Meek, responsável deste organismo.
Porém, advertiu não ser possível garantir a 100 por cento que a planta, de cujas sementes se extrai um óleo alimentar, seja livre de riscos.
«Trata-se de um processo científico de avaliação de riscos e certamente nenhum cientista ou alguém com experiência científica pode dizer que o risco é nulo», disse Sue Meek à rádio australiana.
«Mas devo dizer que o nível de consultas e a profundidade da análise feita nos permite ter um altíssimo nível de confiança na análise», acrescentou.
A organização ecologista Greenpeace advertiu que a decisão alteraria para sempre a agricultura australiana e não reflectia as «profundas divisões» na comunidade científica, bem como as preocupações generalizadas quantos aos eventuais riscos sanitários e ambientais.
A colza foi alterada para resistir ao herbicida glufosinato de amónio, usado para controlar uma série de ervas, o que permitirá aos agricultores pulverizar directamente a planta com o químico.
Os governos estaduais australianos poderão vir ainda a levantar obstáculos a esta medida, tendo um deles, o do Sul da Austrália, afirmado que não autorizaria colheitas de transgénicos enquanto não se provar que não afectam outras plantas.
Fonte: Lusa
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