Não é assim tão raro ouvir as crianças dizer que não gostam de algo, mesmo que nunca o tenham experimentado. Mas um estudo recente refere que a recusa dos pequenos em provar novos alimentos pode não ser manha, mas um traço evolutivo relacionado com a própria protecção. Os bebés levam quase tudo à boca. Mas quando as crianças crescem, tornam-se mais selectivas, particularmente se não experimentaram a comida antes. Verduras e carne podem ser particularmente rejeitadas. Este facto pode ter uma explicação lógica. Há milhares de anos atrás as toxinas das plantas eram particularmente nocivas às crianças e a carne continha um risco elevado de envenenamento, revela uma equipa de cientistas norte-americana do Grupo de Pesquisas sobre o Cancro. «Então faz sentido que os humanos tenham desenvolvido uma desconfiança elevada em relação a certos tipos de alimentos quando jovens», afirmou Lucy Cooke, chefe da equipa, que divulgou as descobertas no jornal Appetite. O estudo teve por base a análise de questionários efectuados a 564 mães sobre os hábitos alimentares dos seus filhos. As crianças mais «manhosas» gostavam de batatas, cereais e bolos, mas evitavam vegetais, frutas e carnes. Em comunicado de imprensa, a especialista alerta os pais para os possíveis inconvenientes deste tipo de alimentação: «O problema é que as estratégias que eram sensatas para as crianças há milhares de anos não são boas ideias agora, e podem contribuir para os baixos níveis de consumo de frutas e vegetais na população britânica em geral. Traduzido e adaptado por: Paula Pedro Martins Jornalista MNI-Médicos Na Internet |