Home
Atualidades
SPCNA
Associados
Revista Alimentação Humana
Congresso SPCNA
Galeria
Legislação
Links
Agenda
SPCNA em notícia
Nutrição é notícia
Sugestões
Divulgações

Pesquisa
< Fevereiro 2004
>
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
1 2 3 4 5
6
Cientistas estudam dieta de Atkins  

Descobertas algumas das razões do sucesso

A controversa e popular dieta do Dr. Atkins funciona por razões que seu próprio criador pode não ter entendido totalmente.

Uma série de experiências científicas mostrou que embora a dieta permita que as pessoas comam os alimentos gordurosos e proteicos que desejarem, acabam por ingerir tão poucas calorias quanto as pessoas que adoptaram dietas pouco calóricas.

E a razão para isso, de acordo com um estudo recente, é que a quantidade de proteína que a dieta recomenda age como um inibidor de apetite. Carne, peixe e ovos na dieta de Atkins controlam a fome e evitam que as pessoas consumam uma quantidade anormal de calorias.

A teoria por trás da dieta de Atkins é que ao reduzir o consumo de alimentos ricos em amido, como batatas, pão e massa  - e passando a ingerir principalmente alimentos ricos em proteína e gordura, como carne, ovos e queijo - o indivíduo pode comer o quanto quiser e ainda perder peso. Atkins disse até não existir necessidade de se preocupar com calorias.

A ideia de que as pessoas podem ingerir tantas calorias quanto quiserem e ainda perder peso rendeu muitas críticas ao Dr. Atkins e levou até alguns cientistas a qualificar sua dieta como «heresia científica».

A produção do programa Horizon aliou-se à Universidade de Kansas e encomendou um estudo científico para testar a teoria mais controversa de Atkins - a de que quem faz a dieta que ele recomenda queima mais calorias do que o normal, o que permite que se perca mais peso.

O Dr. Atkins acreditava que se queima mais calorias quando o organismo usa gorduras e proteínas como combustível. Se isso for verdade, de acordo com Mary Vernon, do Conselho Médico Atkins, o  exercício físico torna-se menos importante do que de costume.

Atkins também acreditava que na sua dieta o indivíduo perde calorias não utilizadas na urina, como parte de um processo conhecido como cetose, que acontece quando pára de comer alimentos com amido e açúcar.

Na experiência realizada pelo Horizon, gémeos idênticos foram colocados em dietas diferentes - um seguiu a dieta de Atkins e o outro uma dieta convencional de baixas calorias. Os dois receberam quantidades idênticas de calorias durante duas semanas.

Os gémeos foram colocados depois numa câmara para que a especialista Josefa Donzelas pudesse calcular o quão depressa os organismos queimavam as calorias.

Em 24 horas, o indivíduo que seguia a dieta de Atkins perdeu mais calorias do que seu irmão gémeo, mas a diferença foi pequena - de apenas 22 calorias.

Também foi verificada a perda de calorias na urina e constatou-se que o seguidor de Atkins tinha perdido menos que uma caloria a mais do que o seu irmão, que seguia a dieta convencional.

Concluiu-se que a pequena diferença de calorias perdidas entre os dois indivíduos sugere que não acontece nada de mais significativo na dieta de Atkins.

Em entrevista à BBC, Joe Millward, da Universidade de Surrey, na Grã-Bretanha, acredita que o segredo do sucesso da dieta de Atkins é que o indivíduo que a segue consome menos calorias do que estava habituado, exactamente da mesma forma que pessoas que adoptam dietas de baixa gordura.

Pesquisas realizadas na Dinamarca indicaram ainda que as pessoas que seguiam a dieta em que se consome grande quantidade de proteína perderam mais peso do que as que seguiam uma dieta rica em hidratos de carbono.

Cientistas acreditam ser possível que outro segredo da dieta de Atkins, que nem o próprio se apercebeu, é que ao se aumentar a ingestão de carne, peixe e ovos, o indivíduo pode ter o apetite saciado com maior facilidade do que em outras dietas.

Mas os investigadores concordam ser necessário fazer-se mais estudos para uma conclusão mais definitiva sobre as razões científicas para o sucesso da dieta de Atkins.

Traduzido e adaptado por:

Paula Pedro Martins

Jornalista

MNI-Médicos Na Internet

17 de Fevereiro de 2004
 Conteúdo ainda não aprovado pela SPCNA.
Voltar