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Ginastas ignoram os perigos de anorexia 

Patinadoras são das mais afectadas, segundo estudo

Nadia Comaneci entrou no livro dos recordes nos Jogos Olímpicos de 1976 quando se tornou a primeira ginasta a conseguir uma nota 10 perfeita. Aos 14 anos de idade e com 40 quilos, o desempenho de Comaneci em Montreal inspirou as raparigas na idade da pré-puberdade do mundo inteiro a praticarem o desporto.

A mesma Comaneci voltou ao cenário público mais tarde numa batalha contra os distúrbios alimentares, mas isso não diminuiu o entusiasmo da geração seguinte na procura pela magreza doentia.

A morte da ginasta norte-americana Christy Henrich em 1994, aos 22 anos de idade e com menos de 28 quilos, demonstrou as armadilhas que podem existir na busca cega pelo sonho desportivo.

Henrich morreu em consequência de um distúrbio alimentar que a atingia desde os 15 anos. Ela desenvolveu a doença depois de um árbitro lhe ter dito para perder peso se quisesse entrar para a equipa olímpica norte-americana.

Estes são apenas dois exemplos, entre muitos outros, que atacam as jovens desportistas e as adolescentes em geral, um pouco por todo o mundo. Estudos de especialistas, no entanto, revelaram um padrão diferente nas causas dos distúrbios alimentares entre atletas.

«Há todo um tipo de interacção entre a personalidade, o ambiente em que vivem e a predisposição genética. Então o desporto pode ser ter uma espécie de culpa, apenas no aparecimento dos distúrbios alimentares», disse Jim Golby, chefe do estudo de desportos e exercícios na Universidade Teesside, nos EUA.

De acordo com um estudo de 1992 do American College of Sports Medicine, os distúrbios alimentares afectam 62 por cento das atletas de desportos como a patinagem artística e ginástica olímpica. A culpa, por um lado, parte dos muitos técnicos por pressionarem as atletas a emagrecer, ou por falarem do seu peso. Mas, por outro, os juízes recompensam as atletas mais magras, e os competidores seguem a crença sem sentido de que corpos com menos gordura melhoram o desempenho.

Enquanto que em outros desportos, as atletas estão cada vez mais altas e pesadas, a tendência na ginástica olímpica vai na direcção oposta. Joan Ryan registra no livro «Little Girls in Pretty Boxes» que entre 1976 e 1992 as ginastas americanas ficaram 16,5 centímetros mais baixas, em média, e 10,4 quilos mais leves.

Apesar dos efeitos dos distúrbios estarem bem documentados -- incluindo sintomas que interferem no desempenho, como fadiga, fraqueza e batimento cardíaco irregular -- os afectados não querem assumir os sinais porque temer serem forçados a abandonar o desporto.

Um estudo da Associação Nacional dos EUA de Anorexia Nervosa e Distúrbios Associados registrou que entre cinco e 10 por cento dos anorécticos morrem dentro de 10 anos depois de contraírem a doença, e que entre 18 e 20 por cento morrem após 20 anos. A recuperação é para apenas 30 a 40 por cento.  

Traduzido e adaptado por:

Paula Pedro Martins

Jornalista

MNI-Médicos Na Internet

05 de Maio de 2004
 Conteúdo ainda não aprovado pela SPCNA.
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