O gigante químico DuPont pode ter de pagar milhões de dólares de multas por não ter informado que um químico utilizado no fabrico do teflon - uma substância com marca registada pela empresa que é utilizada universalmente em revestimentos de panelas ou frigideiras ou em carpetes resistentes às manchas, entre outros usos, - pode provocar problemas de saúde graves. A agência americana de protecção do ambiente (EPA) vai penalizar a empresa em valores que podem ultrapassar os 300 milhões de dólares (242 milhões de euros), o que significa que a DuPont poderá pagar a multa mais alta que alguma vez foi aplicada por um delito ambiental. A acção da EPA foi desencadeada na sequência de uma queixa apresentada por vizinhos de uma das fábricas da empresa do estado da Virgínia que defendem que o derrame nas águas e no solo de um ácido conhecido como C-8 utilizado no fabrico de superfícies e materiais anti-aderentes deu origem ao nascimento de bebés com anomalias congénitas. A queixa contra a DuPont assenta num estudo feito em 1981 pela empresa 3M, o fabricante original do C-8, que demonstrou que elevados níveis de exposição ao químico provocavam problemas no fígado e no aparelho reprodutivo. Nestes 20 anos, a DuPont nunca informou sobre estes riscos, assim como não divulgou informação junto da EPA de que o químico estava presente nos sistemas de abastecimento públicos de água nas zonas onde estão instaladas as suas fábricas. O C-8 pode permanecer nos humanos até quatro anos e têm sido detectadas pequenas quantidades deste químico no sangue de muitos americanos. Fonte: Público |