Home
Atualidades
SPCNA
Associados
Revista Alimentação Humana
Congresso SPCNA
Galeria
Legislação
Links
Agenda
SPCNA em notícia
Nutrição é notícia
Sugestões
Divulgações

Pesquisa
< Julho 2004
27
28 29 30
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
Proteína do leite humano acaba com as verrugas 

Descoberta promissora para tratamento de cancro cervical



Um creme feito com leite humano - apelidado pelos cientistas de «Hamlet» - é capaz de reduzir dramaticamente, e por vezes até eliminar, as mais persistentes verrugas.

Hamlet não é a famosa peça escrita por William Shakespeare, mas antes a abreviação em inglês corresponde a «alfa-lactoalbumina humana tornada letal para células tumorais». É este o ingrediente activo que impele a autodestruição das células de verruga, quando estas se acumulam nos seus núcleos e interferem nos seus processos de controlo.

Os resultados publicados na revista científica «New England Journal of Medicine» sugerem que esta substância também possa ser usada além do tratamento de verrugas, dado que a mesma classe de vírus - que as provoca - pode também ser responsável pelo cancro no colo do útero, verrugas genitais e alguns tipos de cancro da pele.

Como os médicos podem eliminar as verrugas por congelamento, o novo creme «provavelmente nunca será capaz de competir com as terapias baratas existentes para verrugas virais cutâneas», explicaram os cientistas Jan Bouwes Bavinck e Mariet Feltkamp, da Universidade de Leiden (Holanda), num comentário publicado no mesmo número da revista médica.

«O desafio real, portanto, será provar que o creme também é eficaz no tratamento ou na prevenção de outras condições relacionadas com o papilomavírus humano [HPV]», afirmam os autores do comentário. As verrugas mais comuns, que normalmente aparecem nas mãos e nos pés, podem tornar-se resistentes a tratamentos com cremes.

A equipa sueca de investigadores, liderada por Lotta Gustafsson, da Universidade de Lund, descobriu que três semanas de tratamento diário com a alfa-lactoalbumina humana e ácido oleico reduzem o tamanho das verrugas em 75 por cento ou mais em todos os 20 voluntários que participaram no estudo.

Cientistas já sabiam que o leite materno contém um antibiótico natural, mas o seu potencial contra vírus foi descoberto por acaso. A equipa estava a testar meios de combater a super-infecção bacteriana (bactérias que atacam as células já infectadas por vírus).

Uma redução semelhante foi verificada em apenas 15 por cento dos outros 20 pacientes que foram tratados com um creme-placebo (fórmula farmacêutica sem actividade). Os pacientes do grupo de controlo foram depois medicados também com o creme que estava a ser testado. Dois anos depois, todas as verrugas tinham desaparecido em 83 por cento de todos os 40 voluntários, que tinham sido escolhidos porque as suas verrugas não estavam a responder aos tratamentos convencionais.

«Essa acumulação nuclear não ocorre nas células sãs, que permanecem viáveis na presença da alfa-lactoalbumina e do ácido oleico», afirma a equipa de Gustafsson no artigo para a «New England Journal of Medicine».

«Isso pode ter relevância para o tratamento do cancro do colo do útero», disse Catharina Svanborg, outra das autoras, sob o argumento de que células cancerosas e infectadas por vírus são similares.

Os investigadores planeiam agora iniciar testes de pequena escala com o composto em mulheres com esse tipo de tumor. Mas Catherine Laughlin, do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, pediu cautela: «qualquer potencial de longo prazo para qualquer doença devastadora é ainda muito especulativo».

São conhecidos 130 tipos de papilomavírus humano. Quase todos os casos de cancro cervical são causados por dois tipos transmitidos sexualmente. Outros tipos causam verrugas de pele e genitais, além de tumores de pele e de garganta que raramente são mortais. Muitas pessoas são portadoras do vírus em células da pele, mas nem sempre causam doença.

Traduzido e adaptado por:
Paula Pedro Martins
Jornalista
MNI-Médicos Na Internet

15 de Julho de 2004
 Conteúdo ainda não aprovado pela SPCNA.
Voltar