O aleitamento materno reduz os riscos de doenças cardíacas ao longo da infância e na vida adulta, apontou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF). Num comunicado alusivo ao Dia Mundial do Coração, que se assinalou na semana passada, a UNICEF sublinha que a investigação mais recente «indica que a alimentação dos bebés, sobretudo o aleitamento materno exclusivo e continuado, está associado a um menor número de casos de obesidade e à redução de outros factores de risco para o coração ao longo da infância e na vida adulta». O comunicado da UNICEF cita uma investigação levada a cabo pelo Avon Longitudinal Study of Parents and Children, no qual foi seguida uma amostra representativa de quatro mil crianças durante uma série de anos, para avaliar o impacto do aleitamento materno sobre a tensão arterial, um dos factores que mais contribuem para as doenças cardíacas. De acordo com a UNICEF, os resultados foram «espantosos», já que, após o controlo de vários factores maternos e infantis, verificou- se «uma redução considerável da tensão arterial por cada três meses de aleitamento» nas crianças de sete anos de idade. Só nos EUA e no Reino Unido, diz a UNICEF,«isto significaria poupar dez mil vidas por ano». A UNICEF recorda ainda que, embora as crianças em todo o mundo sofram o impacte das dietas desequilibradas e da falta de exercício, «as crianças mais pobres são duplamente afectadas». «A ausência de aleitamento exclusivo - acrescenta - mata mais de um milhão de crianças por ano e uma alimentação deficiente contribui para mais de metade da mortalidade infantil evitável». Diz ainda que, nos países mais ricos, a alimentação «pode ser abundante mas nem sempre eficiente» e que as dietas desequilibradas e os estilos de vida sedentários «estão a transformar a obesidade infantil num problema de saúde crescente à escala mundial». Fonte: Lusa |