Um estudo sobre os padrões alimentares em Portugal mostrou que a educação, e não o orçamento familiar, é o factor mais determinante para a escolha de refeições saudáveis.
Os indivíduos com mais formação são não só aqueles que consomem com mais frequência alimentos saudáveis, mas também os que têm menores probabilidade de ingerir vinho e bebidas espirituosas. No universo masculino, por exemplo, verificou-se que a tendência para o consumo de carnes e alimentos farináceos (massa, arroz e batatas) decresce ao mesmo ritmo do valor do salário, ao passo que os homens com maiores rendimentos optam pelo leite com mais frequência. Segundo os investigadores, o leite deve acompanhar a dieta ao longo de toda a vida.
No sexo feminino, outros alimentos costumam ser postos de lado erradamente, nomeadamente o pão. A resistência de parte do universo feminino ao pão deve-se, possivelmente, à ideia equivocada de que esse produto é excessivamente calórico, dizem os especialistas, acrescentando que quando é integral - as farinhas menos processadas prolongam a sensação de saciedade -, o pão é um excelente combustível para as células do nosso organismo.
Esta conclusão sugere um novo caminho para a definição de políticas de saúde pública: a aposta no conhecimento pode ser a melhor estratégia para incentivar a população a consumir com maior frequência leite, peixe, frutas, verduras e legumes frescos.
Realizada por dois docentes da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto (FNAUP), a investigação consistiu no processamento e na interpretação das respostas de quase 40 mil adultos portugueses ao Inquérito Nacional de Saúde.
Fonte: Público
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