A hepatite A, passível de ser transmitida através da água, aumentou de 38 para 144 casos entre 2003 e 2004, sendo o crescimento mais acentuado no Alentejo, de acordo com dados da Direcção-Geral da Saúde (DGS). Judite Catarino, chefe do serviço da DGS responsável pelo tratamento da informação sobre as doenças de declaração obrigatória, explicou que "o aumento da hepatite A no sul do país tem a ver com uma comunidade não sedentária e que tem pouco acesso a água potável".
Do mesmo modo, segundo o Relatório Anual do Sector de Águas e Resíduos, disponível no site do Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR) desde 18 de Janeiro, considera-se que alguns dos casos de hepatite A, bem como o número elevado de salmonelose (mais de 500) notificadas, podem estar associados ao "consumo de água proveniente de fontes de abastecimento alternativas, nomeadamente poços, fontanários ou nascentes". A falta de sistemas de saneamento adequados e de higiene pessoal são também referidos no relatório do IRAR como possíveis causas da prevalência e aumento destas doenças.
Segundo o relatório, a falta de estudos conclusivos sobre a associação entre o consumo de água e estas doenças revela a necessidade de aperfeiçoar a vigilância epidemiológica e decorre também de a população não procurar com frequência o apoio clínico quando exposta a doenças do foro hídrico. Também os médicos "não atribuem geralmente a causa da doença à água de consumo humano, medicando os doentes sem aplicar inquéritos adequados", sustenta o documento.
Fonte: Lusa
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