O efeito negativo ou positivo do café sobre a saúde depende da rapidez com que um gene processa a cafeína, segundo um estudo divulgado na revista Journal of the American Medical Association (JAMA). O trabalho recomenda, no entanto, o consumo máximo de quatro chávenas diárias de café.
A investigação realizada por investigadores costa-riquenhos entre 1994 e 2004, com a participação de 4.024 pessoas revela que metade dos voluntários tinha a versão lenta do gene e a outra a mais rápida. "Descobrimos que nas pessoas que tinham a versão lenta, duas chávenas de café por dia significavam um maior perigo de doenças cardíacas", explicou Ahmed El-Sohemy, investigador da University of Toronto e autor do estudo.
O cientista afirmou que, com esse tipo de gene, duas ou três chávenas de café por dia aumentavam as possibilidades de ataque cardíaco em 36%. O risco subia a 64% quando o consumo era acima de quatro chávenas. Entretanto, para aqueles que tinham um gene de acção rápida e que bebiam de duas a três chávenas de café por dia, as possibilidades de sofrer um ataque reduziam-se em 22%.
El-Sohemy explicou que, no início do estudo, acreditava-se que as pessoas que tinham a versão lenta do gene poderiam consumir menos café porque a cafeína permanecia mais tempo no organismo.
"Mas descobrimos que não importa qual fosse a versão do gene que a pessoa tinha, este não afectava o consumo de cafeína", informou, acrescentando que "uma pessoa não pode saber qual a sua versão do gene porque, mesmo que sinta o efeito da cafeína no sistema nervoso, não pode descobrir como esta age no sistema circulatório."
MNI- Médicos na Internet |