A proibição, em Portugal, do uso de gorduras saturadas, como as margarinas, na alimentação dos restaurantes, recentemente aprovada nos EUA, é desajustada, segundo o sector da restauração, mas ajuda a prevenir doenças cardiovasculares, defendem médicos.
Há pouco mais de um mês, os serviços de saúde de Nova Iorque decidiram interditar, em todos os restaurantes da cidade (cerca de 24 mil), o uso de gorduras saturadas, em particular margarinas e óleos de origem animal usados na fritura e preparação de certos alimentos. A medida começará a ser aplicada, faseadamente, a partir de Julho do próximo ano, generalizando-se a todos os restaurantes nova-iorquinos em Julho de 2008.
Questionada pela Lusa se tal medida seria aceitável ou desejável em Portugal, a responsável pelo Departamento de Comunicação da Associação de Restauração e Similares de Portugal (ARESP), Paula Amador, afirmou que "não faz sentido" criar uma normativa desse teor, uma vez que as gastronomias portuguesa e norte-americana "são realidades completamente diferentes".
"A gastronomia americana caracteriza-se pela pouca diversidade. A nossa é condimentada, composta naturalmente por gorduras, mas é muito rica, variada", salientou, sustentando ser antes "fundamental" a adopção, por parte dos chefes de cozinha e cozinheiros, de "boas práticas" na confecção de refeições.
Para o presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia, Manuel Carrageta, a medida aprovada nos EUA "é altamente positiva para a saúde da população", pois, de outro modo, "essas gorduras vão subir o colesterol no sangue, que provoca doenças cardiovasculares".
O cardiologista crê que, "mais cedo ou mais tarde", a normativa "tende a ser aplicada em Portugal, desde que com prazos para permitir à indústria alimentar e restaurantes se adaptarem".
Fonte: Imprensa Internacional e Lusa
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