A qualidade microbiológica das alheiras portuguesas foi avaliada num estudo desenvolvido por seis cientistas portuguesas da Escola Superior de Biotecnologia do Porto e da Escola Superior Agrária de Castelo Branco.
A investigação, que será publicada em Maio na revista "Food Control" , centra-se na análise de alheiras retiradas de estabelecimentos comerciais da região Norte do país, num total de 38 lotes - 33 provenientes de 12 produtores industriais e cinco de pequenos produtores ou cozinhas regionais de fumeiro.
Neste trabalho, a bactéria Listeria monocytogenes foi detectada em 60% dos lotes de alheiras de produção industrial analisados. A bactéria pode desencadear Listeriose, patologia que pode levar ao desenvolvimento de Septicemia ou Meningite e nas grávidas pode provocar aborto espontâneo.
As análises detectaram também a presença da bactéria Staphylococcus aureus num lote de um pequeno produtor. Esta bactéria, quando ingerida, pode causar vómitos, diarreias e dores abdominais. Foram detectadas ainda a Salmonella em dois lotes de produtores industriais e pequenas concentrações de Clostridium perfringens, uma bactéria associada ao aparecimento de dores abdominais agudas, diarreias, náuseas e febre.
Apesar de os termos usados no artigo científico poderem ser considerados preocupantes, Paula Teixeira, da Escola Superior de Biotecnologia do Porto e principal autora do estudo, considera que "não se trata de uma situação de alarme" e que "se as alheiras forem bem cozinhadas (temperatura e tempo de cozedura suficientes) a probabilidade de infecção é quase inexistente". A investigadora alerta também para a necessidade de "não se cozinharem directamente alheiras congeladas".
Fonte: Público
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