Mulheres que engordam ou emagrecem muito entre uma gravidez e outra podem comprometer a saúde do seu próximo bebé, advertiram dois especialistas irlandeses num artigo publicado no British Medical Journal (BMJ).
Partos de nados mortos, nascimentos prematuros, abortos espontâneos e pressão alta estão entre os possíveis efeitos de uma variação exagerada de peso, de acordo com o artigo escrito pela especialista em Ginecologia e Obstetrícia Jennifer Walsh, do Coombe Women’s Hospital de Dublin, e Deirdre Murphy, professor de Obstetrícia da University of Dublin.
Segundo os investigadores, as mulheres devem tentar manter um peso saudável antes, durante e depois da gestação para dar às crianças um início de vida saudável.
No artigo, os especialistas citam dois estudos que mostram os possíveis efeitos de flutuações extremas de peso. O primeiro, feito na Suécia, consistiu em acompanhar mais de 200 mil mulheres entre 1992 e 2001 com o objectivo de avaliar os impactos das mudanças no índice de massa corporal (IMC) da mãe na sua saúde e na do bebé.
As mulheres que participaram no estudo foram acompanhadas desde o início da primeira gravidez até ao início da segunda. A conclusão foi que o aumento de apenas uma ou duas unidades no IMC acarreta "taxas significativamente maiores" de Pré-Eclampsia e Diabetes nas mães e maior risco de um bebé nascer com peso acima do recomendável.
Uma pessoa com IMC superior a 25 é considerada com "excesso de peso"; quem tem mais de 30 já é considerado "obeso".
O aumento de peso equivalente a três ou mais unidades de IMC amplia "significativamente" os índices de nados mortos, segundo os especialistas.
Publicado no American Journal of Obstetrics and Gynecology, o outro estudo citado pelos especialistas conclui que as mulheres que emagreciam muito entre um filho e outro tinham mais probabilidades de dar à luz prematuramente do que as mulheres que aumentaram ou mantiveram o peso.
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