Um em cada dez alunos do secundário apresenta sintomas significativos de sofrer Perturbações do Comportamento Alimentar, como Anorexia e Bulimia nervosas, segundo um estudo epidemiológico liderado por Joana Saraiva, do departamento de Pedopsiquiatria do Hospital Maria Pia.
O estudo, efectuado junto de alunos de quatro escolas do Porto, será hoje apresentado no Congresso Europeu de Distúrbios Alimentares, a decorrer no Edifício da Alfândega, no Porto.
O trabalho revela que 9,6% dos alunos inquiridos apresentaram sintomas significativos de sofrerem perturbações do comportamento alimentar. Destes 9,6% de alunos dos 10º, 11º e 12º anos de escolaridade com sintomas de sofrer de perturbações do comportamento alimentar, 85% são raparigas.
Dos jovens inquiridos, 87% têm um alto grau de satisfação com as relações familiares, 90% têm um alto grau de satisfação com a relação com os pares e 84% têm um alto grau de satisfação com a sua personalidade.
O estudo foi realizado em 2004, tendo sido inquiridos 688 alunos (57% dos quais raparigas), com idades entre os 15 e os 20 anos. A investigação teve como base o questionário EAT-26 (Eating Attitudes Test), de auto-preenchimento, que visa "detectar sintomas de perturbações do comportamento alimentar" e não efectuar um diagnóstico.
Segundo a responsável pelo estudo, com estes resultados pode-se concluir que o número de estudantes portugueses que pode sofrer de perturbações do comportamento alimentar "é semelhante aos números registados no resto da Europa e nos EUA".
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