Foram detectadas mais de cem amostras contaminadas com a bactéria Listeria monocytogenes – agente causador da listeriose, uma infecção bacteriana grave com uma elevada taxa de mortalidade – em cantinas públicas de escolas, hospitais e lares da terceira idade, revelou uma especialista de microbiologia à agência Lusa.
Isabel Santos, que trabalha no Laboratório de Microbiologia dos Alimentos, do Instituto Nacional de Saúde Pública Dr. Ricardo Jorge (INSA), falou sobre a emergência desta bactéria, à qual está associada a “mudança dos hábitos de alimentação”, durante o I Congresso de Saúde Pública que decorreu em Lisboa.
Na opinião da especialista, esta emergência poderá estar relacionada com a frequente utilização de alimentos frescos e prontos para consumo, que são conservados a temperaturas de refrigeração, um ambiente propício ao crescimento desta bactéria.
Entre os alimentos mais facilmente contaminados por esta bactéria encontram-se os vegetais em decomposição, a carne de porco, salames, “patês” de frango, carne de peru e carne de vaca.
Por outro lado, esta infecção, que apresenta uma taxa de mortalidade de cerca de 25%, infecta principalmente recém-nascidos, crianças, doentes crónicos e pessoas com o sistema imunitário debilitado. É esta a população de risco que frequenta as cantinas de instituições onde foram detectados alimentos contaminados pelo INSA durante um estudo que decorreu durante quatro anos.
ALERT Life Sciences Computing, S.A.
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