Embora não existam números concretos sobre a situação de carência alimentar em Portugal, o Banco Alimentar contra a Fome ajuda diariamente cerca de 285 mil pessoas, das quais 33% são crianças e mais de 40% são idosos.
Uma reportagem publicada pelo “Jornal de Notícias”, que cita dados do Banco Alimentar contra a Fome, revela que cerca de 94 mil crianças são, em média, assistidas por dia pelos bancos alimentares, número que seria ainda maior se incluísse a Madeira, que não é abrangida pela rede.
O apoio é dado por cabaz ou alimentação confeccionada, seja ao domicílio, em cantinas ou creches, rondando as 1.700 instituições. Com o aumento do desemprego e do número de famílias desestruturadas, há mais crianças a depender deste apoio para se alimentarem. O divórcio é um dos factores que causa pobreza, dado que "o orçamento de uma casa tem de dar para duas".
Ao jornal, Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar, alertou ainda para a situação dos "novos pobres": aqueles que têm emprego e até um salário fixo, "mas cujo rendimento não chega para cobrir as despesas". Outra parte significativa das crianças assistidas pelo Banco Alimentar Contra a Fome é proveniente de famílias de imigrantes e, até, ilegais.
Contactados pelo jornal, nem a Direcção-Geral da Saúde nem a Comissão de Acompanhamento da Acção para Crianças e Jovens em Risco avançaram dados concretos sobre a população infantil com carências alimentares.
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