Certas substâncias presentes na carne podem aumentar o risco de cancro da bexiga, adverte um estudo do National Cancer Institute, em Rockville, EUA, publicado na edição on-line da "Cancer".
Vários estudos têm associado o consumo de carne vermelha e processada a um maior risco de aparecimento de diversos tumores. Algumas das substâncias implicadas neste processo são as aminas heterocíclicas, os hidrocarbonetos aromáticos policíclicose os compostos N-nitroso. O nitrato e nitrito são adicionados às carnes processadas e são os precursores dos compostos N-nitroso.
Neste estudo, liderado por Amanda J. Cross, foram utilizados dados de 300 mil homens e mulheres, com idades entre os 50 e os 71 anos, de oito estados norte-americanos. A informação foi recolhida através de questionários onde eram descritos os tipos de carne consumida, o modo de preparação e confecção.
No início da investigação, entre 1995 e 1996, todos os participantes completaram questionários sobre o estilo de vida e dieta. Os participantes foram seguidos durante mais de oito anos, período durante o qual 854 pessoas foram diagnosticadas com cancro na bexiga.
As pessoas que relataram um maior consumo de nitrito dietético total – procedente de todas as fontes e não só da carne –, assim como aquelas cujas dietas tinham maiores quantidades de nitrato e nitrito procedente da carne processada, tinham um risco entre 28 e 29% mais elevado de desenvolverem cancro na bexiga, em comparação com aquelas que apresentaram um menor consumo destes compostos.
Segundo os autores, citados em comunicado de imprensa, estes dados revelam a importância de se continuar a estudar as substâncias contidas na carne para entender melhor a associação entre elas e o risco de desenvolver cancro, bem como a realizar levantamentos epidemiológicos sobre a relação entre consumo de carne e cancro da bexiga.
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