Apesar de aumentarem a qualidade da sua alimentação - com um maior consumo de lacticínios, fruta e sopa e cortando nas carnes vermelhas, fast food e bebidas alcoólicas - as portuguesas ingerem mais calorias do que o recomendado durante a gravidez, revela um estudo da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).
Integrado no projecto Geração XXI, trata-se de um estudo epidemiológico único em Portugal que está a seguir um grupo de cerca de 10 mil crianças desde o nascimento até à idade adulta. Os cientistas seguiram uma amostra de mulheres grávidas que forneceram informação sobre a sua alimentação no período anterior e durante a gravidez, através do preenchimento de inquéritos e de diários alimentares.
De acordo com um comunicado da própria universidade, “os resultados demonstraram que, comparativamente à alimentação praticada antes de engravidar, as portuguesas duplicaram o consumo de lacticínios e reforçaram a ingestão de fruta e sopa. Reduziram também o consumo de carnes vermelhas, fast food, bebidas alcoólicas, chá e café. No entanto, a maioria das grávidas ingeriu mais calorias do que o aconselhável tanto antes como durante a gravidez”.
Deste modo, e segundo os investigadores, ao longo da gestação, observou-se um crescimento ligeiro do consumo de proteínas e gordura saturada. Os autores registaram um aumento de consumo de vitamina A, E, B2, folato, cálcio e magnésio durante a gravidez. “Mas se não se considerar a ingestão de suplementos vitamínicos, então verifica-se uma ingestão insuficiente de vitamina E (73% das mulheres), folato (91%), magnésio (21%) e ferro (88%)”, notam os autores no mesmo comunicado.
O projecto Geração XXI, sob a alçada do Serviço de Higiene e Epidemiologia da FMUP, foi criado com a finalidade de identificar características da gravidez e das fases precoces da infância que se relacionem com o desenvolvimento e estado de saúde em fases subsequentes da vida.
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