Os casais que não têm filhos têm uma alimentação mais saudável, refere um estudo publicado na revista “European Review of Agricultural Economics”.
Para o estudo, os investigadores da University of Reading, Inglaterra, usaram dados de um inquérito nacional, no qual 7.014 famílias registaram num diário todas as compras de alimentos realizadas durante duas semanas, entre 2003 e 2004. Da análise dos dados, os investigadores verificaram que, em média, os casais sem filhos comeram mais 2 kg de fruta e produtos hortícolas. Por outro lado, as famílias com filhos consumiam menos carne e mais leite e derivados, cereais e batata.
Os resultados também destacam o papel entre as fracas condições sócio-económicas e as escolhas alimentares pouco saudáveis. Comparando a alimentação de um indivíduo desempregado, com uma vida idêntica, e um outro que coabita com outra pessoa, o que vive sozinho consome menos 3 kg de fruta nas duas semanas do estudo. Da mesma forma, para duas famílias idênticas, uma diferença de 10% no rendimento pode levar a uma diferença na compra de frutas e legumes de cerca de 500g.
Para o professor Richard Tiffin, director do departamento de segurança alimentar da Universidade, "não estão claras as implicações distributivas para a saúde alimentar e para a saúde infantil que surgem a partir desses padrões de consumo. Mas sugerem que são necessárias intervenções específicas para reduzir a incidência de problemas de saúde relacionados com a alimentação". O especialista adverte, por isso, para que os dados sejam analisados pelos decisores políticos, tendo em vista que a alimentação é extremamente importante no combate a doenças crónicas, facto que “representa um dos mais importantes desafios de saúde pública do século XXI".
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