Num estudo publicado na revista “Nature”, cientistas norte-americanos referem ter descoberto que um composto simples - o açúcar –aumenta drasticamente a eficácia dos antibióticos de primeira linha.
James Collins, líder da equipa de investigadores, teve uma motivação pessoal para realizar esta pesquisa. A sua mãe de 71 anos, Eileen Collins, foi internada várias vezes nos últimos anos, com crises recorrentes de uma infecção grave. Os médicos trataram-na com múltiplos antibióticos intravenosos e, mesmo assim, a infecção não foi debelada. Foi o sofrimento da mãe que acrescentou urgência à pesquisa.
Collins, um dos fundadores da área conhecida como “biologia sintética”, é professor de engenharia biomédica na Universidade de Boston, investigador do Instituto Médico Howard Hughes e membro do Instituto Wyss de Engenharia Biológica na Universidade de Harvard.
As infecções crónicas e de repetição são normalmente causadas por bactérias "persistentes" - uma pequena subpopulação de bactérias que consegue sobreviver aos antibióticos, entrando num modo de hibernação ao desligar temporariamente o seu metabolismo. Como resultado, os pacientes parecem estar totalmente recuperados, mas ao longo de semanas ou meses, a infecção regressa, muitas vezes mais forte e mais agressiva. A persistência bacteriana é um dos principais obstáculos ao sucesso no tratamento das doenças infecciosas.
De acordo com o cientista, em comunicado enviado à imprensa, o açúcar adicionado ao antibiótico “estimula” as bactérias a despertarem para o seu estado activo, tornando-as novamente vulneráveis à medicação. Usando essa estratégia na bactéria E. coli, uma causa comum de infecções do tracto urinário, a equipa foi capaz de eliminar 99,9% das bactérias persistentes em apenas duas horas - em comparação com o tratamento sem açúcar que não produziu qualquer efeito. A abordagem foi igualmente eficaz a eliminar as bactérias Staphylococcus aureus, que podem conduzir à morte.
ALERT Life Sciences Computing, S.A.
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